Vesna é uma adorável e doce deusa do despertar da primavera, juventude e vida e, de acordo com alguns, acredita-se que ela seja a esposa de Svantevid ou Svetovid.
Vesna é a divindade primaveril da terra, vestindo-a com
trajes de botões, flores, grama e outras hortaliças. Ela é uma das deusas mais
importantes e adoradas dos tempos antigos, pois seu coração estava harmonizado
com a razão, a beleza com a ternura.
Os antigos eslavos viam uma aliada em Vesna, adoravam-na por
sua beleza e generosidade, acreditando que nomear suas filhas em homenagem a
ela significaria que elas também seriam tão generosas e brilhantes quanto a
própria deusa.
Os poderes de Vesna atingem seu auge na primavera, quando
tudo ao redor é verde, florescente e radiante – é quando ela reina. Os eslavos
acreditavam que ela poderia trazer equilíbrio natural, resultando em uma vida
harmoniosa e fértil, razão pela qual ela também era considerada a deusa da
fertilidade.
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Mais Importantes
Eles confiavam que Vesna, ao contrário da perigosa Morana, estava ajudando as pessoas e que na primavera ela restaurava a saúde danificada durante o inverno, harmonizando o trabalho do coração e da mente. Ao fazer isso, ela tornava as pessoas boas e gentis, para que nada as impedisse de cultivar respeito e harmonia entre si.
Sua Aparência Encantadora
Os velhos eslavos frequentemente a imaginavam como uma jovem
bonita e sorridente andando descalça, com seios grandes, longos cabelos claros
e bochechas rosadas. Ela é retratada com uma flor no cabelo, vestindo roupas
feitas de grama, galhos, folhas e flores, segurando um buquê de flores na mão
esquerda, algumas frutas e uma andorinha pousada no dedo indicador da mão
direita.
Sua aparência simbolizava casamento e fertilidade, razão
pela qual ela era frequentemente admirada entre os recém-casados. Uma andorinha
era dedicada a ela e, portanto, considerada uma ave divina e um prenúncio da
primavera voltando das migrações de inverno, por isso o mês de março foi
dedicado a ela.
Vesna é ao mesmo tempo a deusa do amor e da harmonia, algo
como Vênus
na mitologia romana e Afrodite
na mitologia grega. Ela cativa, inspira e embriaga com sua voz e música,
devolve o amor ao coração das pessoas e pede cooperação.
Celebrações de Sua Glória
Os pastores imploravam-lhe forragens frescas e verdes,
fertilidade e fecundidade do seu gado, por isso, assim que a natureza se
tornava verde, acendiam fogueiras e dançavam à sua volta para celebrar a sua
glória.
O dia de Vesna era comemorado quando “o sol batia três vezes
de alegria”. Era a libertação de Morana, a temida deusa do inverno e da morte
cuja boneca era jogada no fogo como sinal de que o poder de Baba
Jaga, alter ego de Morana, havia sido quebrado e com a esperança de que a
primavera chegaria mais cedo.
A morte de Morana significa, portanto, a vida de Vesna e uma
não pode existir sem a outra, pois estão entrelaçadas e representam a mudança
das estações e um ciclo contínuo de morte e renascimento. Essa diferença óbvia
entre as duas deusas sustenta a noção de que as pessoas viam suas divindades
como tendo características humanas comuns, como ciúme, competitividade e desejo
de poder.
Vesna traz um sorriso de volta em nossos rostos e cura a
alma. Ela tem a capacidade de nos ajudar a superar um problema, a capacidade de
entender as emoções e direcioná-las para onde queremos.
Vesna nos mostra como não nos desesperar e como não suprimir
as emoções, mas deixá-las fluir livremente como um rio caudaloso na primavera.
Ela nos ensina uma lição poderosa de recuperar o entusiasmo e o otimismo.
Então vamos correr descalços, tocar a grama e cheirar as
flores, fazer amor na natureza, mostrar ternura aos nossos parceiros, sentir
êxtase, descobrir o que vivemos, aproveitar o momento presente, amar as coisas
simples, amar nossos corpos e usar roupas leves sem ter vergonha.