A deusa da persuasão era uma divindade menor ou algo muito mais importante? Continue lendo para aprender sobre Peito e seu papel na cultura grega!
A maioria dos deuses e deusas menores foram criados
relativamente tarde na história da cultura. Eles personificavam domínios que
iam das emoções ao estado da sociedade.
Peito, no entanto, era diferente. Embora ela personificasse
uma ação, há evidências de que seu culto existia muito antes de muitos outros
daimones.
Os historiadores acreditam que o papel de Peito era tão
importante que ela foi personificada no início da história. Sua influência na
vida privada e pública a tornou essencial para a visão de mundo grega.
Peito era a deusa da persuasão. Na Grécia antiga, esse poder
assumiu muitas formas.
Ela está provavelmente ligada a Afrodite
como uma deusa da sedução e do casamento. Ela facilitava as circunstâncias e os
acordos necessários para unir um casal.
Peito também facilitava acordos em uma escala muito maior. Em grande parte da Grécia, sua importância como deusa da unificação cívica era muito maior do que seu papel nos assuntos pessoais das pessoas.
Peito e o Poder da Persuasão
Na mitologia grega, Peito era a deusa da persuasão e da
sedução.
Como muitos dos deuses e deusas menores da mitologia grega, Peito
recebeu o nome de seu domínio. Ela personifica o ato de persuasão e tem pouca
mitologia ou caracterização distinta de outra forma.
Acredita-se que Peito era uma das Oceânides, as filhas de
Oceano e Tétis. Geralmente consideradas ninfas, as Oceânides incluíam muitas
das deusas mais antigas do panteão grego.
Como muitas divindades menores, Peito também estava
intimamente associada a um olímpico mais proeminente e poderoso. Ela era
frequentemente mostrada ao lado de Afrodite,
a deusa do amor e da beleza.
Os poderes de persuasão de Peito eram mais frequentemente
descritos em termos de amor, romance e sexualidade. A maioria de suas aparições
na arte e na mitologia enfatizam esse aspecto de seu domínio.
Na história de Pandora,
por exemplo, Peito junta-se às Cárites (Graças) para adornar a mulher
recém-criada com colares e anéis de joias. Tais acessórios eram vistos no mundo
antigo como uma ferramenta de sedução que tornava as mulheres mais bonitas aos
olhos dos homens.
Peito também apareceu em muitas representações de casamento.
Em uma história, por exemplo, ela apareceu ao herói Cadmo
enquanto ele vagava em busca de sua irmã Europa. Disfarçado de servo, Peito o
conduziu através da névoa espessa até o palácio de Electra, onde encontraria
Harmonia.
Nesse papel, Peito serviu como facilitadora do amor. Ao
persuadir Cadmo a conhecer Harmonia, ela colocou os dois em posição de serem
atingidos pela flecha de Eros e se apaixonarem um pelo outro.
Os escritores gregos também deram um papel mais tangível
para a deusa da persuasão nos preparativos para o casamento.
O casamento, particularmente entre as classes altas, era
tipicamente arranjado pelos pais da noiva. Quando uma jovem particularmente
atraente ou rica atingia a idade do casamento, era comum que muitos
pretendentes disputassem o favor de seu pai.
Os poderes persuasivos de Peito eram vitais para um homem
que desejava convencer o pai de uma jovem de que ele era a melhor escolha para
ser seu marido.
Peito estava tão intimamente associada ao casamento que
Plutarco a incluiu em sua lista de cinco divindades que os novos casais
deveriam orar por uma vida feliz e próspera juntos. Os outros eram olímpicos
mais poderosos – Zeus, Hera, Afrodite e Ártemis.
Uma das cenas mais comuns envolvendo Peito na arte não era
de casamento, mas de sequestro. No século 5 aC, ela se tornou uma figura comum
nas cenas de fuga de Páris
e Helena.
Os historiadores acreditam que Peito pode ter precisado
influenciar os dois amantes para convencê-los a fugir juntos. Páris pode ter
precisado ser convencido a sequestrar Helena, mas na época a questão da agência
de Helena em sua fuga também era um tópico de debate.
O papel de Peito como a deusa da persuasão e da sedução
ocasionalmente a levou a ser associada a mulheres que praticavam essas
habilidades regularmente. Em Corinto, certo escritor se referiu às prostitutas
como “servas de Peito”.
Mais comumente, no entanto, Peito estava ligada a formas de
persuasão mais socialmente aprovadas e virtuosas. Não só ela estava associada
ao casamento, mas em muitas partes da Grécia ela era companheira de uma deusa
virginal.
Enquanto Peito e Afrodite eram frequentemente mostradas juntas
como deusas da sexualidade, ela frequentemente compartilhava seu templo com Ártemis.
A deusa
da caça era uma virgem declarada, mas também era a protetora de mulheres
jovens e meninas. Os historiadores acreditam que Ártemis e Peito estavam ligadas
na transição entre a juventude e o casamento para suas jovens adoradoras.
Na maioria das vezes, no entanto, a sedução e a beleza eram
os poderes mais intimamente associados. Peito trabalhava com Afrodite
para persuadir os homens a se apaixonarem pela beleza de uma mulher tão de
perto que as duas deusas eram frequentemente confundidas.
Minha Interpretação Moderna
Em muitas partes da Grécia, no entanto, a sedução e o
casamento não eram as únicas partes da vida sobre as quais Peito tinha
influência.
Enquanto a sedução era a forma de persuasão mais usada em
muitos mitos, na vida cotidiana havia muitos outros casos em que a deusa era
invocada. A diferença entre sua função mitológica e seu papel na vida cívica
era imensa.
Nas cidades gregas, particularmente Atenas e Argos, Peito
era vista como uma força unificadora. Sem ela, a sociedade não seria capaz de
funcionar.
Nas lendas locais de Argos, Peito desempenhou um papel
semelhante ao de Harmonia em Tebas. Ela estava ligada aos fundadores da cidade,
para quem unificou as facções do estado em um todo pacífico.
O povo de Tebas creditava à deusa da harmonia essa
conquista, mas os moradores de Argos acreditavam que negociações e acordos eram
o que unificava sua cidade. Peito não inspirava harmonia, ela persuadia as
pessoas a chegarem a acordos e trabalharem juntas.
Da mesma forma, o povo de Atenas acreditava que Peito e
Afrodite haviam convencido os primeiros moradores da cidade a se unirem sob o
governo de Teseu.
A unificação da cidade foi possível porque as pessoas foram persuadidas a
seguir o filho de Egeu.
Peito, portanto, teve uma grande presença de culto nessas
cidades. Como patrona menor, ela continuou a influenciar as pessoas a
trabalharem juntas para manter sua sociedade funcionando de forma suave e
eficiente.
À medida que as tradições gregas de direito e oração se
desenvolveram, Peito tornou-se ainda mais importante no funcionamento da
sociedade.
Os retóricos viam Peito como a deusa dominante em seu campo.
A retórica e a oração eram dedicadas a persuadir as pessoas em relação às
crenças do orador, então Peito foi pensado para inspirar suas palavras.
O discurso persuasivo não era apenas uma busca acadêmica,
era também uma parte importante do direito e da liderança.
Na história de Orestes, por exemplo, Peito é agradecida por
tornar as palavras mais persuasivas. Sem sua influência, Atena
não teria conseguido convencer as Fúrias
a aceitar o julgamento do tribunal.
O primeiro experimento com casos de júri atenienses quase
terminou em briga porque as Fúrias se recusaram a aceitar o julgamento do
tribunal. Por meio de uma retórica persuasiva, no entanto, Atena conseguiu
convencê-las a adotar o novo sistema.
Como a deusa do discurso persuasivo, Peito era central no
funcionamento da lei e da democracia atenienses. Políticos a invocavam para
persuadir as pessoas a ficarem do seu lado, advogados falavam palavras
persuasivas para influenciar júris e autoridades convenceram grupos opostos a
negociar em vez de lutar entre si.
Peito foi, portanto, considerada essencial tanto na vida
pública quanto nos assuntos privados. Ela foi responsável pela unificação, seja
no casamento ou sob a lei.
Resumindo
Peito era a deusa grega da persuasão e da sedução.
Ela era frequentemente ligada a Afrodite, pois beleza e
sedução andavam de mãos dadas. Quando os casais se sentiam atraídos um pelo
outro, Peito os persuadia a seguir em frente no relacionamento.
Isso fez dela uma deusa do casamento também. Ela não apenas
influenciava os sentimentos do casal um pelo outro, mas também desempenhava um
papel nas negociações entre as famílias que eram necessárias para arranjar um
casamento.
Na arte e na literatura, Peito é mais frequentemente mostrada
no papel de ajudante de Afrodite na sedução e no casamento. Na vida cotidiana,
porém, seu papel era muito mais amplo.
Em grande parte da Grécia, Peito também era adorada como uma
importante deusa cívica. Suas habilidades persuasivas eram tão necessárias para
unir as pessoas como cidadãos de um estado quanto para fazer as pessoas se
apaixonarem.
Várias cidades creditaram a Peito sua unificação precoce e a
continuidade da funcionalidade da sociedade. Se as pessoas não fossem
persuadidas a se unirem, encontrarem um terreno comum e trabalharem
coletivamente, a vida cívica seria impossível.
Como padroeira da retórica, Peito era uma figura poderosa na
lei e na ordem. Palavras persuasivas influenciaram os júris e influenciaram as
pessoas para posições políticas.
Embora às vezes descrito como um daemon menor, a influência
de Peito na cultura grega superou em muito sua posição entre os olímpicos. Ela
era uma fonte de harmonia e unificação em nível pessoal e estadual.