Divindades da guerra têm sido um aspecto importante de quase todas as civilizações e mitologias antigas. Roma não foi exceção. Considerando que o Império Romano é famoso pelas muitas guerras e invasões que ocorreram ao longo de sua história, não é de admirar que os deuses e deusas associados à guerra e aos conflitos fossem respeitados, valorizados e elogiados.
Belona era uma dessas divindades, a deusa da guerra e companheira de Marte. Aqui está uma olhada mais de perto.
Quem Foi Belona?
Belona (em latim: Bellona), era uma antiga deusa Sabina com
associações com Nerio, que era a esposa de Marte. Ela também foi identificada
com Ênio, a deusa grega da guerra.
Acredita-se que os pais de Belona sejam Júpiter e Jove. Seu
papel como companheira de Marte varia; dependendo do mito, ela era sua esposa,
irmã ou filha. Belona era a deusa romana da guerra, conquista, destruição e
derramamento de sangue. Ela também tinha ligações com a deusa da guerra da
Capadócia, Ma.
Papel na Mitologia Romana
Os romanos acreditavam que Belona poderia lhes oferecer
proteção na guerra e garantir sua vitória. Por causa dessa crença, ela era uma
divindade sempre presente nas orações e gritos de guerra dos soldados.
Em muitos casos, Belona era invocada para acompanhar os
soldados na guerra. Devido à importância das guerras e conquistas no Império
Romano, Belona teve um papel ativo ao longo da história de Roma. Ter o favor de
Belona significava ter um bom resultado na guerra.
Representações de Belona
Parece não haver nenhuma representação de Belona que tenha
sobrevivido desde a época romana. No entanto, nos séculos posteriores, ela foi
imortalizada em muitas obras de arte europeias, incluindo pinturas e
esculturas.
Ela também foi uma figura popular na literatura, aparecendo
nas peças de Shakespeare como Henrique IV e Macbeth (onde Macbeth é elogiado
por ser o noivo de Belona, referindo-se
à sua habilidade no campo de batalha).
Na maioria de suas representações visuais, Belona aparece
com um capacete emplumado e uma variedade de armas. Dependendo do mito, ela
carrega uma espada, um escudo ou uma lança e conduz uma carruagem para a
batalha.
Em suas descrições, ela era uma jovem ativa que estava
sempre comandando, gritando e dando ordens de guerra. De acordo com Virgílio,
ela carregava um chicote ou um açoite manchado de sangue. Esses símbolos
demonstram a ferocidade e a força de Belona como uma deusa da guerra.
Adoração e Tradições Relacionadas a Belona
Belona teve vários templos no Império Romano. No entanto,
seu principal local de adoração era o templo no Campo de Marte romano. Esta
região estava fora do Pomério, e tinha status extraterritorial. Devido a esse
status, os embaixadores estrangeiros que não podiam entrar na cidade ficavam
por lá. O Senado do Império Romano se reunia com os embaixadores e dava as
boas-vindas aos generais vitoriosos neste complexo.
Ao lado do templo, havia uma coluna de guerra que
desempenhou um papel fundamental nas guerras. Esta coluna representava terras
estrangeiras, por isso era o local onde os romanos declaravam guerra.
Os romanos usavam o complexo de Belona para lançar suas
campanhas contra países distantes. Um dos padres da diplomacia, conhecido como Fecial,
jogou uma lança sobre a coluna para simbolizar o primeiro ataque ao inimigo.
Quando essa prática evoluiu, eles jogavam a arma diretamente no território a
ser atacado, marcando o início da guerra.
Os sacerdotes de Belona eram os belonários, e um de seus
rituais de adoração incluía mutilar seus membros. Depois disso, os sacerdotes
coletavam o sangue para bebê-lo ou oferecê-lo a Belona. Esse ritual acontecia
em 24 de março e era conhecido como dies sanguinis, o dia do sangue. Esses
rituais eram semelhantes aos oferecidos a Cibele, uma deusa da Ásia Menor. Além
disso, Belona também tinha outro festival no dia 3 de junho.
Resumindo
O mito de Belona influenciou as tradições dos romanos em
relação à guerra. Belona tinha associações não apenas com conflitos, mas também
com a conquista e derrota do inimigo. Ela permaneceu uma divindade adorada por
seu papel fundamental nas guerras contra países estrangeiros.