Na mitologia egípcia, Rá, também conhecido como Ré, era o deus do sol e o criador do universo. Devido à sua influência significativa, ele se fundiu com vários outros deuses como parte de seus mitos. Aqui está uma olhada em sua história.
Quem Era Rá ou Ré?
Ra foi o criador do mundo, a divindade do sol e o primeiro
governante do Egito. No antigo egípcio, Rá significa sol. Todos os deuses que
vieram depois de Rá eram seus descendentes, por isso ele desempenha um papel
central no panteão de deuses egípcio. Em alguns mitos, entretanto, Rá era o
único deus de todo o Egito, e as outras divindades eram apenas partes dele.
Após a criação, Rá governou os céus, a terra e o submundo. Além de ser o deus
do sol, ele também era o deus do céu, reis e ordem.
De acordo com algumas fontes, Rá emergiu no alvorecer da criação de Nun, um corpo de água imóvel e vazio, e foi autocriado. Outras fontes afirmaram que os deuses Amon e Ptah o criaram. Em outros mitos, entretanto, ele era filho da deusa Neith e de Quenúbis ou Khnum.
O Papel de Rá na Mitologia Egípcia
A adoração de Rá era tão difundida que alguns estudiosos
postularam que a antiga religião egípcia era monoteísta com Rá como a única
divindade.
Rá viajava pelo céu em seu barco solar, cumprindo seu dever
como o sol. Em alguns outros mitos, ele viajava através de Nut, deusa do céu,
que o engoliu todas as noites para que ele renascesse dela no dia seguinte.
Isso simbolizava o ciclo contínuo de dia e noite.
Rá era o chefe e a divindade mais importante do panteão
egípcio. Ele era o deus criador de quem todas as outras divindades surgiram. De
acordo com alguns mitos, Rá visitaria o submundo todas as noites antes de seu
renascimento no próximo amanhecer. Ele entregava luz às almas de lá e depois
voltou a seus deveres no dia seguinte.
No entanto, com a conquista romana do Egito em 30 a.C., o
poder e a veneração de Rá começaram a declinar.
Descendência de Rá
Sem uma parceira, Rá gerou as divindades primordiais Shu e
Tefnut. Destas duas divindades, Geb e Nut nasceriam, criando o mundo como o
conhecemos hoje.
Rá também era o pai de Maat, a deusa da justiça e retidão.
Visto que Rá era o deus da ordem, algumas fontes afirmaram que Maat era sua
filha favorita. Ela tinha a ver com o julgamento das almas no submundo.
De acordo com alguns autores, ele também gerou as deusas
Bastet, Hathor, Anhur e Sekhmet.
Rá e o Mito da Criação
Depois que Rá emergiu de Nun, não havia nada no mundo. Seu
filho Shu era o deus do ar, e sua filha Tefnut, a deusa da umidade. Deles
surgiram Geb,
o deus da terra, e Nut, a deusa do céu. Rá continuou governando o mundo e
criando elementos e partes dele.
A Criação do Sol e da Lua
Em alguns relatos, o mundo estava escuro no início. Para
mudar isso, Rá criou dois olhos - o sol e a lua. Ele primeiro fez um olho (o
sol) para ajudá-lo a encontrar Shu e Tefnut na escuridão. Enquanto este olho
estava ausente, Rá criou outro (a lua) como uma fonte de luz para si mesmo.
Quando o primeiro descobriu o outro olho, ficou com ciúmes.
Rá deu ao sol mais poder e luz do que o segundo. E assim, ele criou os corpos
celestes e designou-lhes seus deveres.
A Criação da Humanidade
Depois que Rá criou os primeiros deuses e os corpos
celestes, ele chorou pela realização de seu trabalho. Os mitos propõem que de
suas lágrimas nasceram os humanos. Em outros relatos, a explicação para seu
choro não é clara; pode ter sido por causa de sua solidão ou de raiva. De
qualquer forma, a humanidade nasceu graças a Rá, e as pessoas o adoraram por
milênios devido a isso.
Rá e Nut
De acordo com os mitos, Rá queria que Nut fosse sua esposa,
mas ela se apaixonou por seu irmão, Geb. Por isso, Rá decidiu puni-la e a
amaldiçoou. Nut não podia dar à luz durante os 360 dias do calendário egípcio.
Nut pediu a Thoth, o deus da sabedoria, sua ajuda para libertar
seus filhos. Thoth começou a jogar com a lua, e toda vez que o corpo celestial
perdia, ele tinha que dar ao deus da sabedoria uma parte de seu luar. Com o
luar, Thoth conseguiu criar cinco dias extras para Nut dar à luz seus filhos.
Nut então deu à luz Osíris,
Hórus
o mais velho, Seth, Ísis
e Nephthys.
Rá não reconheceu os filhos de Nut como deuses justos e os
rejeitou. De acordo com alguns autores, isso pode ter sido devido ao medo de Rá
de ser ultrapassado por eles. No final, os filhos de Nut se tornariam parte da Enéade,
as divindades mais importantes da tradição egípcia.
Nesse sentido, a maldição de Rá alterou o calendário egípcio
e o tornou mais parecido com o calendário que temos agora. Algumas fontes dizem
que os egípcios inventaram essa explicação para unir seu calendário ao
calendário solar de outras tradições.
Rá e os Outros Deuses
Visto que a mitologia e a cultura egípcia duraram um longo
período de tempo, ocorreram muitas mudanças em relação às divindades. Rá nem
sempre estava sozinho e existem mitos e representações do deus em que ele se
funde com outras divindades do Egito Antigo.
Amun-Rá era a combinação de Rá e o deus criador Amun. Amun
precedeu Rá e, em alguns relatos, ele até fez parte do nascimento de Rá. Amun
era uma divindade Tebana significativa, e Amun-Rá era um deus primordial do
Reino do Meio.
Atum-Rá era uma divindade semelhante a Amun-Rá, já que os
mitos de Atum e Amun foram confundidos e misturados ao longo do tempo. Visto
que ambos eram divindades criadoras antigas, há confusão em suas histórias.
Ra-Horakhty era a combinação de Rá e Hórus. Em alguns mitos,
Hórus assume as funções de Rá quando ele era velho. O nome significa Rá-Hórus
do horizonte duplo e se refere à jornada do sol durante o dia e seu
renascimento na madrugada do dia seguinte. Hórus era uma figura onipresente na
mitologia egípcia, pois tinha muitas formas e aspectos.
Em algumas histórias, os autores se referem a Rá como
Khepri, o sol da manhã. Em alguns mitos, Khepri é uma divindade diferente, mas
pode ter sido apenas outro aspecto do grande Rá.
Alguns relatos também se referem a Sobek-Rá, a combinação de
Rá com o deus crocodilo Sobek. Alguns autores escreveram que Sobek também era
um deus do sol. Na Idade Média, quando o Faraó Amenemhet III promoveu Sobek a
uma divindade adorada no Reino do Meio, ele se fundiu com Rá.
Rá e a Humanidade
Em um ponto, Rá descobriu que a humanidade estava
conspirando contra ele. Devido a isso, ele enviou a deusa Hathor (ou Sekhmet,
dependendo da fonte) para puni-los na forma de uma leoa. Este ato foi a
introdução da morte ao mundo. A matança da deusa foi tal que Rá teve que
intervir e fazê-la parar. Dessa forma, ela não poderia acabar com a humanidade.
Depois que Rá embebedou a deusa, ela esqueceu sua natureza violenta e a
humanidade foi salva.
O Que é o Olho de Rá?
O Olho de Rá era independente do próprio Rá, com qualidades
antropomórficas. Não deve ser confundido com o Olho de Hórus, que pertencia a Hórus
e tinha poderes completamente diferentes.
O Olho de Rá, às vezes chamado de Filha de Rá, era sua
contraparte feminina e estava associado a várias deusas, incluindo Sekhmet,
Hathor, Wadjet e Bastet. Acreditava-se que possuía um forte poder e ajudava Rá
a subjugar seus inimigos. Era uma força violenta e vingativa, associada ao sol.
Às vezes, o Olho de Rá ficava infeliz com Rá e fugia dele.
Ela então teria que ser perseguida e trazida de volta. Sem o Olho, Rá ficava
vulnerável e perdia muito de seu poder.
O Olho de Rá era pintado nos amuletos do faraó e retratado
em tumbas, múmias e outros artefatos. Era visto como um poder protetor,
contanto que você estivesse do lado certo dele.
Representações de Rá
As representações de Rá variaram dependendo da época e do
deus com quem ele se fundiu. Ele era tipicamente descrito como um humano, identificado
pelo disco solar que coroava sua cabeça, que era o símbolo mais proeminente de
Rá. Uma cobra enrolada cercava o disco, que era conhecido como Ureu.
Rá às vezes era representado como um homem com cabeça de
escaravelho (besouro de esterco). Isso se relaciona com sua conexão com Khepri,
o deus escaravelho.
Em alguns casos, Ra aparece com a cabeça de um falcão ou a
cabeça de um crocodilo. Ainda outras representações o mostram como um touro
totalmente formado, carneiro, fênix, besouro, gato ou leão, para citar alguns.
Influência de Rá
Rá é uma das divindades mais adoradas do Egito Antigo. Como
o deus criador e pai de toda a humanidade, as pessoas o adoravam em toda a
terra. Ele foi o início de uma linha de divindades que influenciaria a cultura
do mundo. Seu papel dizia respeito à criação, com as outras divindades, com o
calendário e muito mais.
Como o primeiro governante do Egito, todos os eventos que se
seguiram se originaram dele. Nesse sentido, Rá era um deus de suprema
importância para os antigos egípcios.
Rá foi retratado em vários filmes e outras obras de arte. No
famoso filme Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida, o personagem
principal usa o bastão de Rá em sua busca. Rá aparece em outros filmes e
representações artísticas do mundo moderno.
Fatos Sobre o Deus Rá
1- Quem são os pais de Rá?
Rá foi autocriado e, portanto, não tinha pais. No entanto,
em alguns mitos, diz que seus pais eram Khnum e Neith.
2- Rá tem irmãos?
Os irmãos de Rá incluem Apófis, Sobek e Sélquis. Isso só se
assumirmos que os pais de Rá eram Khnum e Neith.
3- Quem são os consortes de Ra?
Rá teve vários consortes, incluindo Hathor, Sekhmet, Bastet
e Sátis ou Satet.
4- Quem são os descendentes de Rá?
Os filhos de Rá incluem Shu, Tefnut, Hathor, Ma'at, Bastet,
Satet, Anhur e Sekhmet.
5- De que Rá era o deus?
Rá era o deus do sol e o criador do universo.
6- Qual era a aparência de Rá?
Rá era tipicamente representado como um homem, mas também
era representado em várias formas, incluindo como um homem com cabeça de
escaravelho, homem com cabeça de falcão, como um touro, carneiro e muitos mais.
7- Qual era o símbolo de Ra?
Rá foi representado por um disco solar com uma cobra
enrolada.
Resumindo
Rá desempenhou um papel notável no grande esquema da
mitologia egípcia antiga. Independentemente da cultura específica, o sol sempre
foi uma parte primordial da vida. Visto que Rá não era apenas o deus do sol,
mas também o criador do mundo, seu significado era incomparável. Suas conexões
com as outras divindades fizeram de Rá um deus que viveu por toda a história do
Egito Antigo, metamorfoseando-se para se adequar à época.