Cada cultura na história tem seus deuses e deusas da riqueza e da prosperidade. O panteão na religião e mitologia gregas antigas não é exceção.
Pluto era o deus da riqueza e da generosidade agrícola.
Inicialmente, ele estava associado apenas à generosidade agrícola, mas mais
tarde passou a representar a prosperidade e a riqueza em geral.
Embora fosse uma divindade secundária, não desempenhou um papel significativo na mitologia grega, mas foi importante nos domínios que governava.
Origens e Linhagem de Pluto
Há uma disputa entre diferentes relatos da mitologia grega
sobre a linhagem de Pluto. Ele é conhecido por ser filho de Deméter, uma deusa do
Olimpo, e Iasião, um semideus. Em outros relatos, ele é filho de Hades,
rei do submundo, e de Perséfone.
Outros ainda dizem que ele é filho da deusa da fortuna Tique,
que também é vista segurando um jovem Pluto em muitas representações. Diz-se
que Pluto também tem um irmão gêmeo, Philomelus ou Philomenus, o deus da
agricultura e da lavoura.
Na versão mais conhecida, Pluto nasceu na ilha de Creta,
concebido durante um casamento quando Deméter atraiu Iasião para um campo onde
se deitaram juntos em um sulco recém-arado durante o casamento. A mitologia
grega menciona que o campo foi arado três vezes e que Deméter se deitou de
costas ao concebê-lo. Estes são dados como razões para a conexão de Pluto com a
abundância e a riqueza. Assim como um campo está preparado para ser semeado e
colhido para os frutos do trabalho, o ventre de Deméter foi preparado para
conceber o deus das riquezas.
Depois que o ato de fazer amor acabou, Demeter e Iasião
voltaram às celebrações do casamento, onde chamaram a atenção de Zeus. Zeus
ficou furioso quando descobriu sobre sua ligação, que atingiu Iasião com um
poderoso raio, reduzindo-o a nada.
Em outras versões, está implícito que Zeus matou Iasião
porque ele não era digno de uma deusa do calibre de Deméter. Quaisquer que
sejam as razões exatas da raiva de Zeus, o resultado foi que Pluto cresceu sem
pai.
O Deus da Riqueza no Trabalho
De acordo com o folclore grego, os mortais procuravam Pluto,
invocando suas bênçãos. Pluto possuía o poder de abençoar qualquer pessoa com
riqueza material.
Por esta razão, Zeus o cegou quando ele era apenas uma
criança para que ele não pudesse distinguir as pessoas boas das más. Essa
decisão permitiu que todos os que fossem a Pluto fossem abençoados,
independentemente de suas ações e feitos anteriores. Isso simboliza o fato de
que a riqueza não é prerrogativa dos bons e dos justos.
É uma descrição de como a fortuna costuma funcionar no mundo
real.
A riqueza nunca é distribuída igualmente, nem questiona o
observador. Uma peça escrita pelo antigo dramaturgo de comédia grego
Aristófanes, com humor, visualiza um Pluto com sua visão recuperada apenas
distribuindo riqueza para aqueles que a merecem.
Pluto também é descrito como deficiente. Em outras
representações, ele é retratado com asas.
Símbolos e Influência de Pluto
Pluto é tipicamente retratado na companhia de sua mãe
Deméter ou sozinho, segurando ouro ou trigo, simbolizando riqueza e abundância.
No entanto, na maioria das esculturas, ele é mostrado como
uma criança embalada nos braços de outras deusas conhecidas pela paz, sorte e
sucesso.
Um de seus símbolos é a cornucópia, também conhecida como o
chifre da abundância, cheia de riquezas agrícolas como flores, frutas e nozes.
O nome de Pluto serviu de inspiração para várias palavras da
língua portuguesa, incluindo plutocracia (governo dos ricos), plutomania (um
forte desejo por riqueza) e plutonomia (o estudo da gestão de fortunas).
Representações de Pluto na Arte e na Literatura
Um dos grandes artistas ingleses, George Frederic Watts, foi
muito influenciado pela mitologia grega e romana. Ele era famoso por suas
pinturas alegóricas sobre a riqueza. Ele acreditava que a busca pela riqueza
estava substituindo a busca pela religião na sociedade moderna.
Para ilustrar essa visão, ele pintou A esposa de Pluto na
década de 1880. A pintura retrata uma mulher segurando joias e se contorcendo
em agonia, mostrando a influência corruptora da riqueza.
Pluto também foi mencionado no Inferno de Dante como um
demônio do quarto círculo do inferno, reservado para os pecadores da ganância e
da avareza. Dante combina as personas de Pluto com Hades para formar um grande
inimigo que impede Dante de passar, a menos que ele resolva um quebra-cabeça.
O poeta acreditava que correr atrás de riquezas materiais
leva às mais pecaminosas corrupções da vida humana e, portanto, deu a devida
importância.
Essas representações posteriores pintaram Pluto como uma
força corruptora, relacionada aos males da riqueza e ao acúmulo de riquezas.
Concluindo
Pluto é uma das muitas divindades menores no panteão da
mitologia grega, mas ele é, sem dúvida, amplamente celebrado na arte e na
literatura. Ele simboliza riqueza e prosperidade, que ainda hoje são amplamente
discutidas na filosofia e economia modernas.