Como poderia uma deusa da vingança trabalhar para um bem maior? Se você nunca ouviu falar de Nêmesis, prepare-se para conhecer uma das deusas mais interessantes da Grécia!
Embora a palavra “Nêmesis” seja familiar para a maioria das
pessoas, poucos percebem que vem do nome de uma deusa grega.
Nêmesis não era uma das principais divindades do Olimpo. Ela
era uma daquelas que os gregos chamavam daimones - a personificação de
características, poderes ou ideais específicos.
Sua função exata era mais difícil de definir do que a de
muitos de seus colegas, no entanto.
Nêmesis era uma deusa da vingança, ressentimento e
justiça divina.
Mais importante, ela era uma divindade que existia para
manter o equilíbrio de poder, status e fortuna que os gregos acreditavam que
impedia seu mundo de cair no caos.
Ela é a figura central de poucos mitos, mas influencia
muitos deles. Ela raramente fala e raramente até age, mas é uma constante nas
histórias dos deuses.
Mesmo quando ela não é mencionada, um leitor grego seria
capaz de sentir sua presença.
Nêmesis, a deusa da indignação e da vingança, foi sem dúvida uma das deusas mais misteriosas e complicadas da Grécia!
Nêmesis Restaurando o Equilíbrio
Quando as pessoas modernas ouvem a palavra “Nêmesis”, ela
tem uma associação muito negativa. É uma palavra para designar o seu maior
inimigo, a pior pessoa da sua vida.
O Nêmesis grego era apenas ligeiramente mais positivo. Ela
era a deusa da vingança e da justiça distributiva.
No entanto, ela não era um espírito de ciúme ou rancor.
Outras deusas, como Éris, reivindicaram esses domínios.
Nêmesis não buscava vingança por qualquer coisa, e ela não
expressava indignação com os assuntos mesquinhos que ocupavam a mente da
maioria das pessoas.
Nêmesis visava especificamente a causas justas, aquelas
relacionadas ao próprio funcionamento da sociedade grega.
Sua vingança era dirigida contra aqueles que cometiam crimes
impunemente. Quando os homens se ressentiam dos ganhos ilícitos de outro, eles
podiam esperar que Nêmesis corrigisse o erro.
Ela também se preocupava, às vezes, com questões de amor.
Quando alguém se aproveitava dos sentimentos de outra pessoa e abusava de seu
amor, ela procurava vingar a parte injustiçada.
Os crimes pelos quais ela buscava justiça não eram materiais
ou pessoais. Eles envolviam abuso de poder, crimes de engano e a ruptura da
ordem natural.
Nêmesis não trabalhava para o bem ou para o mal. Ela era,
mais do que tudo, uma deusa do equilíbrio.
Os antigos gregos, como muitas culturas, acreditavam que o
excesso era perigoso para o indivíduo e para a sociedade. O objetivo era ter
equilíbrio em todas as coisas para preservar a harmonia.
Esperava-se que o povo da sociedade grega conhecesse seu
lugar em uma ordem considerada natural e justa. Arrogância, ganância e
conivência atrairiam Nêmesis porque ameaçavam a estabilidade de toda a ordem.
Nêmesis trabalhava para preservar o delicado equilíbrio que
mantinha o funcionamento do mundo.
Mesmo a felicidade e a tristeza tinham que ser mantidas em
equilíbrio.
Os gregos acreditavam que a alma precisava ser purificada e
testada com alguma quantidade de sofrimento e dor para realmente apreciar a
felicidade. Uma superabundância de felicidade era tão perigosa para o bem-estar
de uma pessoa quanto muita tristeza, porque poderia tornar a alma fraca e
propensa a danos.
Quando a felicidade era experimentada em quantidades
excessivas, Nêmesis era responsável por garantir que algum nível de sofrimento
fosse causado para equilibrá-la. Ela não causava muita dor, a menos que fosse
para equilibrar uma abundância de alegria.
Costumava-se dizer que ela era filha de Nix, a deusa
primordial da noite. A retribuição raramente vinha em plena luz do dia, mas em
momentos escuros e privados.
Muitas vezes, a retribuição vinha com um golpe do chicote do
espírito. Um de seus símbolos de identificação, foi dito que ela o usava para
marcar aqueles que seriam punidos posteriormente.
Outras vezes, ela apenas observava e anotava as coisas que
via e ouvia. Mesmo que ela não agisse imediatamente, a atenção de Nêmesis
significava que o infortúnio viria.
Zeus era o deus supremo da lei e responsável pela vingança
justa e manutenção da ordem. Ele e Nêmesis compartilhavam muitos deveres.
É provavelmente essa crença em Nêmesis anterior à de Zeus.
Seu nome significava "aquele que negocia", sem fazer referência a boa
ou má sorte.
A ideia de uma deusa vingadora que distribuía boa sorte aos
justos e má sorte aos perversos provavelmente veio antes das visões clássicas
de equilíbrio e ordem social. Nêmesis foi adaptado para se adequar às novas crenças
sob os deuses do Olimpo e, no processo, tornou-se uma figura mais visivelmente
negativa.
Trabalhando Com Outros Espíritos
Nêmesis, na verdade, tinha um inimigo próprio.
Ela trabalhava com mais frequência contra Tique (Tykhe,
"sorte"), a deusa da boa fortuna.
Tique era mais amada do que sua contraparte porque se
importava muito menos com equilíbrio e distribuição justa. Tique podia ser
excessivamente generosa com seus favores, espalhando boa sorte a ponto de
atrapalhar o equilíbrio cuidadoso que Nêmesis tentava manter.
Quando Tique estava muito livre com seus dons, cabia a Nêmesis
restaurar o equilíbrio. O azar era, para os gregos, que Nêmesis garantiu que a
ordem fosse mantida.
Até mesmo pessoas boas podem ter sorte demais. Muito de
qualquer coisa boa, seja sorte, amor ou dinheiro, poderia estragar um humano e
transformá-lo em arrogância e ganância.
Apesar de sua tendência de trabalhar uma contra a outra, Nêmesis
e Tique eram frequentemente retratadas como uma equipe. Juntas, elas poderiam
decidir quem merecia a boa sorte de Tique e quem deveria ser deixado para Nêmesis.
Assim como Nêmesis buscava equilíbrio, ela e Tique poderiam
se equilibrar.
Tique não era a única deusa com quem Nêmesis trabalhava de
perto.
Muitas vezes ela estava acompanhada por Aidos ou Aedos, a
personificação da vergonha. Juntas, elas garantiriam que aqueles que violassem
a ordem natural e o equilíbrio ideal não apenas fossem punidos, mas se
sentissem culpados por suas ações.
Nêmesis às vezes compartilhava seus deveres com as Erínias.
Embora fossem mais malévolos do que ela, elas compartilhavam sua crença em
punir aqueles que infringiam as leis sagradas.
Quando as leis eram quebradas, ela também trabalhava com
Dike ou Dice, a deusa da justiça, para rastrear os responsáveis. Dice tinha um
cuidado especial com as transgressões morais, o que significava que ela e Nêmesis
muitas vezes procuravam os mesmos criminosos.
Essa variedade de deusas da justiça significava
coletivamente que ninguém poderia ter esperança de escapar de suas devidas
punições. Quer as Erínias os agredissem ou Aidos os deixasse desesperados, eles
pagariam por seus crimes.
A própria Nêmesis também era conhecida como Adrasteia, um
epíteto que significa "o inevitável". Nenhuma parte culpada poderia
ter esperança de escapar de sua atenção.
O Culto da Vingança Justa
Rhamnos, uma cidade no sul da Ática, era o centro do culto a
Nêmesis.
Pausânias, escrevendo sua Descrição da Grécia no século 2 d.C,
contou a história de uma bela estátua de mármore de Nêmesis que ele viu em seu
templo.
De acordo com a lenda local, o mármore foi trazido pelo
exército persa durante a tentativa de invasão da Grécia. Eles planejavam fazer
um troféu, planejando arrogantemente uma vitória que ainda não haviam
conquistado.
Sua perda histórica em Maratona foi, em parte, obra de Nêmesis.
A arrogância que eles demonstraram ao presumir que ganhariam a batalha chamou
sua atenção e ela os puniu por isso com a derrota.
Em homenagem ao papel de sua deusa na derrota dos invasores
persas, o povo de Rhamnos fez com que um dos melhores artistas de sua época
esculpisse uma estátua em mármore que simbolizava a arrogância persa.
Uma cidade na Anatólia também venerava Nêmesis. Foi chamada
de Adrasteia, um de seus epítetos.
Aqueles que reverenciavam Nêmesis a chamavam como uma deusa
da lei e da justiça que garantia que todo homem, bom e mau, recebesse o que
merecia.
Ó Nêmesis, conjuro-te, deusa, enorme soberana,
Onividente, que contemplas a existência dos muitos povos mortais;
Eterna, veneranda, única a se deleitar com os atos justos,
Revertendo o discurso matizado, sempre instável,
Tu que todos os mortais temem com teu jugo sobre os seus pescoços;
Pois te preocupas com toda a reflexão, e não te escapa
A alma que, com um impulso irrefletido, despreza os raciocínios.
Tudo contemplas e tudo ouves, tudo decides;
Em ti estão as justiças dos mortais, mais suprema divindade.
Vem, ditosa, pura, eterna defensora dos iniciados;
Concede-nos a posse de uma intenção boa, cessa as odiosas
E nada sagradas reflexões, insolentes, volúveis. - Hino Órfico 61 a Nêmesis
A Vingança de Nêmesis
Nêmesis era considerada a assombração da vida diária do povo
grego, mas ela era mais frequentemente referenciada na mitologia por seu papel
em punir aqueles que ofendiam os deuses.
Os olímpicos, em geral, eram conhecidos por seu temperamento
curto e a facilidade com que se ofendiam. Era fácil ofender os deuses, e mesmo
aqueles que o fizessem acidentalmente podiam ter certeza de uma punição.
O problema não era apenas que os deuses estavam chateados.
Era que ofender os deuses era uma violação da ordem natural das coisas.
Quando o orgulho de um deus era ofendido pelas observações
ou ações de um humano, era uma afronta à hierarquia cósmica que colocava os
deuses no topo. Quando um humano mostrava arrogância ao comparar suas
habilidades ou atributos aos dos deuses, era uma ameaça a todo o equilíbrio
natural.
Nêmesis apenas agia para salvar o orgulho ferido dos deuses.
Ela tomava medidas para garantir que os humanos e deuses ficassem em seus
lugares legítimos e que uma ação que pudesse ser interpretada como um crime
contra a dignidade dos olímpicos fosse punida.
Frequentemente, Nêmesis era mencionada mais como testemunha da
punição dos malfeitores do que como fonte de justiça.
Por exemplo, quando um rei cortava uma árvore que era
sagrada para Deméter, dizia-se que Nêmesis estava lá para registrar sua
confissão. A própria Deméter o punia amaldiçoando-o com uma fome insaciável.
Outras vezes dignas de nota em que ela ajudou os deuses a se
vingar, incluíram:
Quando o gigante Tifão se gabou de como iria derrubar os
olímpicos, Nêmesis anotou suas palavras arrogantes para mais tarde.
Quando Aura zombou de Ártemis
alegando que ela não era virgem, a deusa chamou Nêmesis para ajudá-la a se
vingar. Nêmesis perseguiu Aura e a marcou com seu chicote para que Eros
soubesse a quem atacar.
Quando Narciso
rejeitou o amor de Eco,
foi Nêmesis quem o atraiu para um lago próximo. Ele se apaixonou por seu
próprio reflexo e se transformou em uma flor, um castigo justo por sua vaidade
arrogante.
Niobe era uma rainha que afirmava ser uma mãe melhor do que
Leto porque tinha sete filhos e sete filhas, enquanto Leta só dera à luz Apolo
e
Afrodite. Nêmesis notou seu orgulho e ficou parada enquanto os
gêmeos divinos matavam os filhos de Niobe como vingança.
Quando a ninfa Nicéia ou Nikaia matou Himno, o jovem pastor
inocente que a amava, Nêmesis repreendeu Afrodite e Eros por criarem as
circunstâncias que levaram à morte trágica. No final, ela e Eros puniram Niceia
fazendo-a perder sua virgindade com Dioniso.
Os mitos estão cheios de histórias de deuses decretando
punições pela maldade, insultos ou arrogância dos humanos.
Nêmesis é mencionada apenas em alguns deles, mas como um dos
daimones personificadores, entendia-se que ela trabalhava de forma invisível em
qualquer situação em que seu nome pudesse ser invocado.
Um provérbio grego dizia: “Pelo menos Nêmesis anda aos seus
pés”. Os injustos seriam perseguidos em grande velocidade, enquanto aqueles que
não cometeram nenhum erro teriam Nêmesis caminhando calmamente ao lado deles.
Nêmesis e Leda
Uma das histórias mais incomuns de Nêmesis é a de seu papel
no nascimento dos filhos de Leda.
Leda era uma linda mulher mortal que foi seduzida por Zeus
sob o disfarce de um cisne. Como resultado do caso, ela botou quatro ovos.
Quando os ovos eclodiram, Leda teve dois filhos e duas
filhas. Castor e Pólux foram gêmeos famosos envolvidos na fundação de Roma,
enquanto Helena e Clitemnestra tiveram destaque na lendária Guerra
de Tróia.
Como Leda era casada com o rei de Esparta, seus filhos
tiveram um pai mortal e um pai divino. Os escritores costumam dizer que Zeus e
o rei Tíndaro dividiram os filhos, dois sendo totalmente mortais e dois parcialmente
divinos.
Outra versão da história, entretanto, afirmava que Leda não
era a mãe de Helena de Tróia, afinal.
Os metafísicos acreditavam que Nêmesis era a mãe do famoso
“rosto que lançou mil navios”.
Em sua versão da história, Zeus se apaixonou por Nêmesis,
não por Leda. Como ela era uma deusa virgem, ela fugiu dele, transformando-se
em um ganso para que pudesse voar para longe.
Zeus ficou despreocupado e também se transformou em um
cisne. Ele voou atrás de Nêmesis, eventualmente alcançando-a.
Ainda na forma de um pássaro, Nêmesis botou um único ovo.
Ela o deixou na grama de um pântano quando voltou à sua verdadeira forma.
O ovo foi encontrado por um pastor que, sabendo que era
extraordinário, o presenteou a Leda. Ela manteve o ovo em um baú até que eclodisse.
A criança nascida daquele ovo foi Helena. Leda a adotou e a
criou ao lado dos filhos de seu marido, incluindo aqueles mencionados em outras
versões da história.
Esta versão do nascimento de Helena pode ser referenciada em
uma das imagens mais famosas de Nêmesis na arte da Grécia. Uma pintura de vaso
do século 5 a.C a mostra com o braço em volta de Tique, apontando para Helena
enquanto as deusas competem pela atenção de Páris.
O nascimento de Helena em alguns sentidos restaurou
completamente um equilíbrio que faltava no mundo grego desde o início da Era
dos Heróis.
Os últimos filhos semidivinos dos deuses quase todos
morreriam na Guerra de Tróia, que foi desencadeada pela fuga de Helena com o príncipe
Páris.
Os filhos mortais dos deuses sempre receberam mais do que
sua cota justa de boa sorte, sorte e intervenção divina. Suas tristezas foram
ampliadas a extremos para compensar o favor avassalador que receberam.
O fim da Era dos Heróis ajudou a restaurar o equilíbrio que
Nêmesis existia para manter.
A Deusa Invidia Romana
Os romanos identificaram Nêmesis como Invidia. Sua personificação de retribuição era geralmente muito mais vingativa do que sua contraparte grega.
Além de punir os culpados de arrogância, Invidia era mais
geralmente um ser associado ao rancor e à inveja.
Invidia também tomou medidas extras para punir aqueles que
abusavam de sua autoridade.
A divindade romana foi intimamente identificada com bruxas e
magia. Elas herdaram sua língua envenenada, então dizia-se que as línguas das
bruxas sempre saíam de suas bocas.
O nome de Invidia significava "olhar para", uma
referência ao olhar que ela dirigia tanto por inveja quanto em seu papel de
vingadora dos erros. Assim, ela foi associada ao mau-olhado e muitos feitiços e
magias foram usados na
tentativa de desviar seu olhar.
A palavra “invidia” também expressava uma emoção. O
sentimento de invidia era um tipo de inveja intensa que os filósofos afirmavam
ser moralmente indefensável.
No uso comum, porém, a invocação do nome da divindade romana
tinha um significado muito mais próximo ao de Nêmesis. Invidia não foi usada
para descrever qualquer tipo de inveja, geralmente se referia especificamente à
reação à riqueza imerecida, autoridade mal utilizada ou injustiça vergonhosa.
A personificação romana do ressentimento tinha menos em
comum com sua contraparte grega do que muitas das outras divindades latinas com
as deles.
Isso provavelmente teve muito a ver com as diferenças entre
a sociedade e os valores gregos e romanos. A religião e a sociedade romanas
colocavam menos ênfase na retribuição divina do que os gregos, de modo que
Nêmesis perdeu muito de seu propósito quando fora do contexto da sociedade
helênica.
A versão romana também nunca foi verdadeiramente
reverenciada como uma deusa. Ela não tinha nenhum culto ou templos e nenhum
hino escrito em sua homenagem.
Invidia era puramente uma personificação, sem mitologia ou
personalidade além de seu significado literal.
Embora os dois personagens fossem semelhantes, Invidia
perdeu a ênfase no equilíbrio e na justiça que havia definido a adoração de
Nêmesis. Em vez de servir a um ideal mais elevado, Invidia era puramente a
personificação de uma emoção negativa.
A visão negativa da Invidia durou mais tempo do que a
religião romana. O Cristianismo fez dela a personificação de um dos Sete
Pecados Capitais.
Com seu lugar na tradição grega completamente apagado,
Nêmesis foi esquecida como uma deusa da justiça divina e da preservação do
equilíbrio. Ela havia se transformado completamente em Invidia, a
personificação alegórica dos males da inveja.
Nêmesis: a Deusa de Uma Cosmovisão
Fora da filosofia grega, pode ser difícil entender o papel
de Nêmesis.
Dois mil anos depois que os romanos afastaram Invidia com
feitiços contra o mau-olhado, ainda vemos a inveja e o ressentimento como
emoções puramente negativas.
Os gregos, entretanto, tinham uma visão muito mais
complicada do inimigo. O conceito e a deusa existiam não apenas para punir, mas
para manter a ordem na qual o mundo grego confiava.
Nêmesis não vingava aqueles que se ressentiam da boa sorte
de seu vizinho. Ela trouxe equilíbrio para aqueles que haviam recebido mais
fortuna do que lhes era permitido por direito.
Ela puniu aqueles que ofenderam os deuses não para acariciar
os egos dos olímpicos ou agradá-los, mas porque um humano insultar uma
divindade era uma ofensa à ordem natural do mundo.
Há milhares de anos longe da visão de mundo dos gregos
antigos, pode ser difícil entender como a retribuição poderia ser adorada,
muito menos como a deusa padroeira de várias cidades.
A Nêmesis grega, entretanto, representava a justiça e a
ordem divinas que foram a base do mundo grego.