O dia 22 de agosto, no Brasil, é dedicado ao folclore. No ano de 1965, o Congresso Nacional instituiu o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro pelo Decreto de número: 56.747, que foi assinado pelo presidente da época Humberto de Alencar Castelo Branco, descritos em três artigos:
Artigo 1º Será
celebrado anualmente, a 22 de agosto, em todo o território nacional, o Dia do
Folclore.
Artigo 2º A Campanha
de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério da Educação e Cultura e a
Comissão Nacional do Folclore do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e
Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e
associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda,
nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que
realcem a importância do folclore na formação cultural do país.
Artigo 3º Revogam-se as disposições em contrário. No Brasil o folclore é bastante diversificado, porque a população brasileira é consagrada por uma grande amalgamação dos povos do mundo todo, o campo cultural foi o lugar onde ficou mais evidente esta miscigenação tornando um país rico em expressão cultural popular.
Folclore é a manifestação cultural, transpassada de forma
oral existem vários elementos que caracterizam o folclore: festas culturais,
lendas, mitos, contos, musica, danças, comidas típicas, personagens, brincadeiras
e artesanato.
Folclore pode ser definido como a arte de ensinar as manifestações
culturais artísticas preservadas pela tradição oral. Conforme Dicionário Aurélio
“Ciência das tradições e usos populares. - Conjunto das tradições, lendas ou crenças
populares de um país expressas em danças, provérbios, contos ou canções. - Cultura
popular de um povo. ” Porém, se for levado em conta que as manifestações
culturais sofrem influência do contexto em que são produzidas, suas mudanças
são constantes.
Brincadeiras, festas, tradições, cantigas, contos,
adivinhas, lendas, etc., são algumas das manifestações folclóricas que constitui
o sujeito enquanto ser cultural, com sua historicidade e vivências. Por isso, a
importância de pensar as questões que dizem respeito ao folclore, a cultura e a
educação. O folclore está inserido na história das pessoas e dos grupos sociais
Graças à diversidade de culturas que formam o povo
brasileiro, nosso folclore é um dos mais ricos do mundo. No entanto, a extensão
territorial do nosso país dificulta o conhecimento de tantas expressões
culturais, que muitas vezes ficam restritas às regiões onde nasceram.
A palavra folclore vem do inglês “folk-lore” e significa
sabedoria popular. Este termo apareceu pela primeira vez numa carta enviada por
Willian Thoms à revista “The Atheneum”, de Londres (Inglaterra), que a publicou
em 22/08/1845. Em comemoração ao surgimento da palavra, instituiu-se o Dia do Folclore
– comemorado em 22 de agosto, em todo o mundo. No Brasil, a data é comemorada
desde agosto de 1965.
A palavra folclore foi inventada para comportar e incluir as
manifestações tradicionais e populares. Isso acontece num momento muito
importante da vida social-econômica da Europa, em plena Revolução Industrial,
quando ocorre a passagem das sociedades artesanais para a sociedade industrial.
Foram muitos os movimentos que se desenvolveram nessa época para coletar,
reunir, estudar, preservar toda uma conscientização das tradições.
Sabe-se que muito antes de surgir essa definição havia
historiadores, literários, músicos arqueólogos, sociólogos que estudavam os
costumes e as tradições populares que mais tarde foram denominados de folclore.
A palavra folk-lore foi usada no Brasil até a década de 1930, quando a língua
portuguesa sofreu uma reforma. A partir de então, com a extinção do ‘k’ a
palavra passou a ser escrita como a conhecemos hoje: folclore. Os primeiros estudos
no Brasil, para se ter uma ideia, voltaram-se para a literatura oral,
sobretudo, a poesia popular, norteadas por correntes filosóficas e científicas,
vigentes na Europa. Vale destacar que o conceito de folclore e do que pode ser
considerado como tal, foi sendo modificado ao longo da história, de acordo com
as discussões teóricas e olhares das várias linhas de pensamento.
O folclore é a expressão do pensar, agir e sentir das
sociedades humanas e abrange os costumes tradicionais, superstições, cantos,
festas, indumentárias, lendas, crenças e artes transmitidas a cada geração.
Para a maioria dos estudiosos, podemos agrupar essas
manifestações folclóricas em oito categorias: música e dança, festas populares,
usos e costumes, crendices e religiosidades, artesanato, brinquedos e
brincadeiras infantis, linguagem e literatura oral.
Uma das finalidades de comemorar o Dia do Folclore é
compartilhar nacionalmente um pouco dessa riqueza e diversidade. A mescla das
três matrizes culturais brasileiras – indígena, africana e europeia – dão um
tom único às nossas manifestações populares.
Expressões oriundas da África ou da Europa, por exemplo,
ganharam outras influências aqui e se transformaram. É o caso da marujada,
festejo que surgiu em Portugal, em celebração às navegações ultramarinas dos
séculos XVI e XVII, e aqui ganhou novos ritmos e cores, principalmente com a
influência dos afrodescendentes.
As brincadeiras orais presentes em trava-línguas
e parlendas, a sabedoria do senso comum nos provérbios, a musicalidade das
quadrinhas de ciranda, as metáforas presentes nas charadas, as rimas de cordel
revelam a capacidade criativa do povo e são, até hoje, inspiração para quem tem
na palavra seu objeto de trabalho, lazer e amor.
O folclore não é apenas o que ficou no passado. É pelas mãos
de quem cria a cultura todos os dias, revisitando e reinventando a tradição,
que esta ganha vida, atualidade e novos significados.
A ideia do que seja folclore é bastante tranquila para a
maioria das pessoas. A definição, a qual aprendemos na escola, fala do arcabouço
de lendas, tradições, festas populares e crenças das mais diversas que,
passadas de pais para filhos, compõem o âmago mais profundo de um povo.
Lembrar das brincadeiras, das canções de ninar, dos brinquedos
criados, dos jogos de bolinha de gude, das cinco marias, das lendas, das crendices, das travas-línguas
é constituir seu eu histórico-social e cultural, enquanto ser aprende que se
forma e se transforma.